Passo a passo da restauração – Penteadeira

Oiii hoje vou me dirigir às pessoas interessadas em restauração de mobiliário, minha nova paixão que começou com o Cafofo.
Contando resumidamente como tudo começou, sempre tive uma reclinada paixão por móveis antigos, aproveitamento, reciclagem, etc. Esses apegos de família estavam na casa do meu pai aguardando a hora para serem resgatados (e que para o meu pai eram um monte de móveis velhos). Até que ano passado meu pai me deu um intimado e mesmo com a obra correndo solto por aqui precisei pegar os móveis senão eles iriam para o lixo. Engraçado como são essas coisas a primeira reação do Claudio foi de susto, medo da casa virar um museu, antiquário.
A reação dele aumentou o meu desafio, vi que precisava resgatar eles do “mundo dos mortos”e fazer algo neles pois estavam muito castigados. Nunca tinha feito nada parecido visando um bom acabamento, pesquisei bastante antes de decidir que caminha seguir e técnicas  porém não achei muita coisa realmente relevante ensinando como fazer. Então peguei todas essas dicas soltas e testei primeiro na mesinha de cabeceira que já postei aqui no blog. Gente fiquei tão feliz em repaginar, renovar, restaurar e dar uma nova  aquela mesinha que estava jogada com sobra de tinta da nossa cozinha que uma paixão nasceu.<3
E cá estou eu compartilhando o pouquinho que já sei com vocês, então vamos lá mãos a obra?

Fiz um passo a passo mostrando o processo:
1- A primeira coisa que deve ser vista é o estado da peça, não adianta o móvel ser lindo e estar em um estado muito ruim de conservação.

2- Seu móvel é madeira ou materiais similares?
Ambos devem seguir o preparo, a diferença vai ser a quantidade e finalização.

3- Mãos à obra, o primeiro passo e super importante é o lixamento.
Como a penteadeira era laqueada (= muitas camadas de tinta) usei a lixadeira com lixa 60 onde pude, depois parti para o manual. Um grande trabalho de paciência com esse monte de curvas.

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Vocês conseguem perceber quantas camadas de tinta?

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Lixei o tampo todinho, pois eu queria deixar ele na madeira, mas descobri que ela é de um material bem feio e que estava muito machucado, com remendos tive que desistir. Mas quis explorar o detalhe na madeira.

Das surpresas que podem aparecer no caminho: cupim e broca!
Achei uns furinhos suspeitos investigando descobri isso, minha sorte é que os cupins não se criaram não encontrei nenhum ( me dá nojo só de imaginar o bichinho, ecati).
Por precaução fiz o tratamento para cupim, usei o produto chamado Pentox, o cheiro dele é beem forte tivemos que colocar a penteadeira para dormir na varanda. rs

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Resultado do ataque dos cupins.

4- Emassar, as áreas machucadas necessária.
Na mudança um dos pés da penteadeira foi fortemente machucado e saiu do eixo. Precisei “esculpir” ela na massa e tampar os buracos deixados pelo cupim.
Massa é simples, aplicou lixou, aplicou lixou até a superfície ficar perfeita. Ah é importante ir subindo o número da lixa entre as aplicações, até chegar num bom resultado de acabamento.

 

5 – Primer, esse passo é importante em qualquer tipo de pintura e indico escolher de acordo com o tipo de tinta que você irá usar.

 

 

6- Pintura, nesse processo a escolha da tinta é essencial, o ideal seria uma tinta própria para madeira. Depois do sucesso da mesinha de cabeceira optei por comprar tinta pva para usá-la futuramente no nosso quarto escritório, mesmo sabendo do risco de dar errado.;)
Escolhi a cor é amarelo canário da Suvinil, queria um amarelo que equilibrasse bem com a tinta beterraba. Para isolar o friso que ficaria na madeira usei fita crepe para vedar, mas depois descobri que tem uma fitas específicas para esse acabamento.
Seguir a indicação de diluição da tinta também é bem legal, mas na primeira demão indico usar um pouco mais rala para “queimar” e uniformizar melhor as próximas demãos.
Passei 3 demão de tinta para atingir o resultado desejado.

A bagunça aqui em casa estava tão grande que da até uma vergonha de postar essas fotos, lembrem-se p.f.  estávamos morando no meio da obra.

Reparem nesse selinho nas costas dela, ele é a certidão de nascimento do móvel. Infelizmente que restaurou ela da primeira vez tentou arrancar e pintou por cima. ;/

7 – Verniz, é uma opção que aconselho para uma melhor conservação da peça. Comprei um verniz em spray brilho da Suvinil, mas não dei muita sorte o negócio entupia toda hora tive que pedir ajuda pois tive que fazer uma força surreal pro produto sair. O resultado depois de tanta luta não ficou tão uniforme, deu uma leve estragada em todo o meu trabalho de pintura por isso na minha próxima peça vou pesquisar outras opções de aplicação do verniz.

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8 – Mimo para as gavetas, comprei papel de presente e dei um pouquinho de amor para elas. Apliquei com cola branca diluída em água com muito cuidado para não dar bolha, tipo a técnica de aplicar adesivo e depois que secou dei mais duas demãos para impermeabilizar.

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9 – Ferragens, devem ser pensadas no início do projeto para que se for preciso você já refaça a furação e tape na etapa da massa os buraquinhos.
No post ‘Mais um desafio de restauração concluído! Iupi’aqui no blog eu conto o quanto não pensar nisso atrasou meu projeto.

Ela pronta ficou assim (abstraiam a bagunça de fios, p.f.)

 

 

Quero saber se vocês curtiram o passo a passo? Acham válido postagens assim?
Retornos são bem vindos.

Beijos meus,
Renata Pedro

 

Sobre reepedro

Mulher Negra em descobrimento

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